O Burnout, também conhecido como síndrome do esgotamento profissional, foi recentemente classificado como doença pela Organização Mundial de Saúde, que o caracteriza como “um síndrome que resulta de um stress crónico no local de trabalho que não foi bem gerido”, referindo-se “especificamente a fenómenos no contexto profissional”.
Associado ao stress vivido no ambiente empresarial e resultando em exaustão, frustração e atitudes negativistas, o burnout não é resolvido com períodos de férias ou de pausa.
O burnout afeta não só os colaboradores, como todo o ambiente de trabalho de uma empresa.
Em Portugal, a Associação de Psicologia da Saúde Ocupacional estimou que 17,3% dos trabalhadores portugueses estão em burnout.
Calcula-se que esta doença custe, por ano, mais de 325 milhões de euros às empresas, essencialmente pela quebra de produtividade gerada pelo absentismo.
Uma coisa é certa: o burnout não se desenvolve da noite para o dia, mas há sinais de alarme que podem escapar a líderes menos atentos.
Para ajudar a identificar se o burnout chegou à sua equipa, reunimos 5 dos sinais mais comuns:
1. AFASTAMENTO E ISOLAMENTO
Socializar está na génese do ser humano e, salvo raras exceções, todos nós procuramos unir-nos em torno de algo comum. Quando tal não acontece e a falta de entusiasmo, o afastamento e o isolamento prevalecem por várias semanas, resultando numa redução da produtividade, poderá estar perante um sinal de alerta.
Todos temos direito a ter um dia mau, mas se um membro da sua equipa que antes se mostrava entusiástico e extrovertido perdeu o interesse em participar nas atividades laborais, tais como reuniões, almoços de equipa ou atividades de team building, este comportamento merece ser investigado mais a fundo.
No caso de colaboradores mais introvertidos, este sinal de alerta poderá ser camuflado pela própria personalidade do indivíduo, pelo que a sua atenção deverá ser redobrada.
2. AUMENTO DO ABSENTISMO
Existem inúmeras causas que poderão estar na raiz do absentismo e, enquanto que algumas se devem a motivos de saúde mais ligeiros, noutros casos poderá existir algo mais por trás de uma situação de faltas sucessivas por parte de um colaborador.
Colaboradores que tiram dias de férias ou se ausentam por doença de forma sucessiva podem estar a acusar desgaste a nível psicológico e físico e esta situação pode ser, assim, indício de burnout.
Algumas pessoas tendem a tirar algum tempo de folga ou a serem menos pontuais para evitar interações com colegas ou chefias que lhes causam stress.
Esteja atento à assiduidade da sua equipa e procure manter um canal de comunicação aberto e bilateral com todos os elementos.
3. FALTA DE PRODUTIVIDADE
O decréscimo ou falta de produtividade de uma equipa poderá ser indicador de vários problemas ao nível da gestão da empresa, organização da mesma e transparência na comunicação de objetivos transversais a toda a estrutura.
Deste modo, para que consiga fazer uma avaliação correta do que está na origem da falta de produtividade da sua equipa, esta situação deverá ser analisada individualmente, numa primeira fase, e só depois no contexto global.
Apesar de o stress e a exaustão, dois dos principais sintomas de burnout, terem repercussões ao nível do cansaço físico, uma das consequências mais visíveis é o facto de não conseguirmos dormir.
Durante o dia ansiamos pela hora de ir para casa descansar, mas quando deitamos a cabeça na almofada não adormecemos. A falta de horas de sono tem implicações muito significativas ao nível da concentração e da produtividade.
À medida que as condições se agravam, o seu colaborador poderá sentir-se exacerbado pela quantidade de trabalho e frustrado pela falta de qualidade na entrega do mesmo, tendendo a considerar se os seus esforços serão ou não suficientes e entrando num ciclo de pessimismo.
4. HIPERSENSIBILIDADE AO FEEDBACK
A cultura de feedback empresarial tem vindo a assumir uma importância crescente nos dias de hoje, muito fomentada pelos novos métodos de gestão. Quando bem comunicado, o feedback traz melhorias significativas à motivação da sua equipa, aumenta o sentido de pertença e ajuda a melhorar a qualidade das relações interpessoais.
Mas nem todo o feedback é bem recebido uniformemente pelos elementos de uma equipa e na sua origem poderá estar algo mais preocupante do que falta de capacidade de aceitar críticas.
Os colaboradores com indícios de burnout tendem a levar o feedback menos positivo de forma mais pessoal, reagindo ao mesmo com fúria, despeito ou qualquer outro sinal de stress.
Se reconhecer este sinal em um ou mais elementos da sua equipa, é importante procurar saber o que está na origem desta frustração.
5. EXAUSTÃO FÍSICA E PSICOLÓGICA
Em situações mais preocupantes, o burnout estende-se ao nível físico. Stress e exaustão manifestam-se sob a forma de ataques de pânico, cefaleias, náuseas, taquicardias, falta de apetite (ou excesso de apetite) e insónias.
Mantenha-se atento a estes sintomas, pois poderá estar perante casos de burnout. Se algum elemento da sua equipa reporta sentir-se cansado logo pela manhã e menciona a palavra “exausto” repetidamente durante a semana, talvez esteja a enviar-lhe um sinal de alerta.
Combater o burnout com programas de Wellness Empresarial
Conhecer os sintomas de burnout é o primeiro passo para prevenir que esta doença se instale na sua equipa, mas existem metodologias que também poderão ajudá-lo a si e aos seus colaboradores, nomeadamente programas de wellness empresarial.
Um programa que integre atividades como mindfulness, office massage ou até mesmo workshops de gestão de stress irá trazer à sua empresa um ambiente no qual os seus colaboradores queiram estar e que os fará sentirem-se felizes em trabalhar.
Ao ouvir as suas dores e tratar cada colaborador como um indivíduo único, irá contribuir para a sua integração na equipa e promoverá que o seu trabalho flua de maneira natural e sem pressão.
Um programa de wellness adaptado à realidade da sua empresa ajuda os seus colaboradores a viver melhor e, por conseguinte, aumenta a sua produtividade, interação com restantes membros da equipa e sentido de pertença em relação à empresa.
Em suma, ajuda-o a prevenir, de forma proativa, o stress empresarial e a implementar uma cultura mais produtiva e eficiente.
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